domingo, 27 de novembro de 2011

de lugar nenhum, para niguem, através do nada
seguirei sendo um espaço preenchido de vácuo 
com todos os sentidos à devira, um naufrágo 

deixo pensarem que saberão
progredindo em intrigas alucinantes
através das memórias e dos fatos
mas tudo isso é poeira de estrada

não quero convence-los de meu amor
não desejo que sonhem meus sonhos
ou que me resgatem com ternura
dos precipícios que caí

com brandura eu levanto a face
que nunca, nunca, meus caros, é a mesma
guardem, por favor, suas esmolas de compreensão... 

tragam apenas o necessário:
coragem e sinceridade 

não busquem em mim
alguma resposta que satisfaça
não a tenho e quiçá nunca a terei 

na amplitude do horizonte
quando nenhuma nuvem existir
e só o puro céu azul surgir
integraremos 

mas não me venha agora
como um pássaro ferido
pedir abrigo no meu coração

domingo, 18 de setembro de 2011



até que a vida nos junte

                                                                                   Quadro: Ivan Bilhó Toledo

quarta-feira, 7 de setembro de 2011


Certeau, aí está
Toda Bricolagem
Artes de Fazer
Artesania

Apropriação
do Espaço! 

DHU ATER TUMTIKEI DHU URNUS ATERTI

domingo, 4 de setembro de 2011

meu endereço segue sendo
o mesmo no qual esperei
o teu regresso

mas, agora que já não veio
e quiçá numa mais virá
eu confesso

receio que te troquei
por um espelho
e por um verso


a louça, se lava
o chão, se varre
a cama, se arruma

as lágrimas, se enxuga

e os versos...
bem, os versos...

sábado, 27 de agosto de 2011

há de ser nada
o tempo dissipa
toda a fumaça

e tudo, tudo que
entristece
passa



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

não! é apenas uma parte de mim que se debate
niguém sabe sobre si o tanto que julga saber
isso é uma bobagem
nós nos fazemos de santos e de demonios
apenas porque contamos histórias

nosso mundo, é uma ficção ...

ah, podre daqueles que tem esperanças
pois quem tem esperanças
tem também frustações

sinto muito, mas o tempo é um mito
o tempo e a tua precisoa personalidade
o tempo é o teu sepulcro

chora, que lágrimas são para isso
são para o agora impulsivo
parte da cura da ilusão

canta, ainda que rouco
por alguma noite de espera
por algo que te aqueça e sufoque
evoque todos os Santos, todos Anjos
de perfume adocidado
que sua relião te deu

sufoca a angustia da morte inevitável
afoga o seu ego no sangue da humanidade
eleva seu abismo até o sol em brasa

não! é apenas uma parte de mim que se debate
depois virão outros loucos nús correndo indefinidamente do infinito que os persegue como jurado de um Senhor Absoluto que julgará os vivos e os mortos, separando o joio do trigo...

Oh! Se há nesses vales de lágrimas uma Virgem, Flor de Lótus de Mil Pétalas, peço que reconheça minha metade sã...

desça, o seu inferno é a sua mente, sua serpente, a sua maçã...

deite, é seu esse divã, sente que agora tanto faz o rebuliço da paixão
as dores de ciúme e deserção, os (re)talhos feitos no coração...
ele nao sangra mais, é tudo tão longínquo, tudo foi como deveria ser...

descança, ainda criança no colo da mãe
agora já é final de agosto
passou meu desgosto
tenho novo gosto



domingo, 14 de agosto de 2011

mano, humano é tudo isso ae
que tamo vendo na tv

e pra quem qué sabê
eu to com preguiça
de escrevê

você você você você você você você
qué?

terça-feira, 12 de julho de 2011




você sente de repente?









"...
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto."


tanto faz se está frio ou calor
se vai chover ou fazer sol
se vou ficar seco ou molhado
se penso ou não em alguem
ou se alguem pensa ou não em mim

tanto faz o fato de existir
as coisas todas que existem

não me importa a rotina
nem o drama, nem a comédia

não me importa a doença
nem tão pouco o remédio

fato nenhum me interessa
nem seu regresso
nem minha partida

nem segredos, nem verdades
nem tão pouco a poesia

se é doce ou salgado
amargo ou cítrico
tanto faz também

se deus é mesmo quem dizem ser
se que sou mesmo quem penso que sou

se ja passou, se ainda restou

se nada é ainda
como nunca foi



quarta-feira, 6 de julho de 2011

do que vale a poesia
se ela não enche a barriga?

do que vale um verso
se eu não te tenho perto?

do que vale uma rima
se ela não me anima?

é, José, você se fudeu!
créuuu, créuuuuuuu
creucreucreucreucreucreu
créuuuuu

segunda-feira, 4 de julho de 2011




"...
É FAZER DAS TRISTEZAS ESTRELAS A MAIS
E DO PRANTO UMA CANÇÃO
..."







na noite fria
um chá quente
até que rima

eu não tenho lenha
porque não tenho lareira
mas tenho uma chaleira e um fogão
e uma fogueira no meu coração

sexta-feira, 24 de junho de 2011

é certo que na vida tudo tem um sentido
mas, as vezes, ele está muito escondido

segunda-feira, 13 de junho de 2011

em sua lápide, ele escreveu(rá):
vivi para todos eles, menos para mim
eles, os heterônimos, semis e plenos
me tomaram a identidade
o meu nome foi rabiscado
e, a duras penas, aprendi
verso só se faz por si outro, mesmo

terça-feira, 24 de maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

"hoje, eu quero a rosa mais linda que houver
quero a primeira estrela que vier
para enfeitar a noite do meu bem"

tenho estado comigo e resignado
nada, ou quase nada, me resta da
Lisboa frenética de Álvaro de Campos
pois, eu mesmo, nunca vivi em Lisboa
tanto faz, eu sei, para o Fernando Pessoa

mas, se tenho vivido mais calmo
isso não me faz ser menos vivo, pelo contrário
o que tenho feito é prestar mais atenção
em detalhes outrora ignorados e inofensivos

tenho observado o outono de perto
cada folha que cai da árvore à frente de minha janela
cada marca de expressão nas faces de quem até não conheço
cada gesto das pessoas que passam por mim na rua

assim, vou fortalecendo minha identidade
mesmo que seja para enfraquece-la depois
quando o inverno soprar minha cortina
e eu lembrar que já gostei muito de alguém
que não estará no quarto para me dar um abraço

pensando bem
eu moro em todas as Lisboas
que cantam comigo alguma canção
moro na rua sem nome
moro para o mundo me esquecer

ei, Pessoa, você nunca me esqueceu, não é mesmo?
pois eu tenho te esquecido em cima de uma geladeira vazia...

sábado, 23 de abril de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

existe, efetivamente, um monstro
embaixo de cada cama

no escuro, no silencio do quarto
ele surge na forma de conflito

mas ele não come sua carne
ele come um pedaço do seu ego
e você vai ficando um tanto estranho...

o monstro de debaixo da cama
se chama "auto conhecimento"

sábado, 9 de abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

das mãos, agora recolhidas aos bolsos da calça
fechadas e com os dedos apertados
trago a energia de recomposição da minha mente

você me observa de longe, até pelo pensamento
enquanto passo rasteiro e rápido
movendo-me sem significado, sem história

o vão do canto da parede é tão grande
é tão extremo o teto com o ventilador ligado
tudo imaginado em uma conexão

minhas mãos abertas e voltadas para cima
meus olhos fisgados pela sua longitude
através do espelho embaçado pelo vapor do chuveiro

ah, isso foi o que tinha imaginado
isso foi o que nos tornou as cinzas
isso passou, voce ficou, eu fui ...

não que o dia tenha transcorrido sem abalos, não que a vida tenha o cheiro eterno da primavera, não que eu não sinta falta de um abraço, não que nao procure satisfazer meu ego no espelho, não que eu não minta para ser gentil, não que eu não diga bom dias felizes, não que eu não seja simpático, não que eu não me cuide para atravessar a rua, não que eu não respire o primeiro ar do dia quando abro a janela, não que eu não entoe um Mantra, não que eu não...

mas que sim, ainda que fora
o que eu tivesse imaginado

pudera

domingo, 20 de março de 2011



deixo devagar o tempo me levar
irei passo a passo até breve
no rítmo sincero e leve
do pulsar no meu coração

não tenho medo
tenho esperança
igual criança
quando dança

domingo, 13 de março de 2011


sem espera
e sem esperança
nunca se alcança

nem tampouco

sem esforço
e perceverança

quarta-feira, 9 de março de 2011

terça-feira, 8 de março de 2011

domingo, 6 de março de 2011


manter a paz dentro de si
é um desafio necessário

dos outros nem sempre
temos aquilo
que nos faz feliz

sábado, 5 de março de 2011

"e se a dor é de saudade
e a saudade é de matar
em meu peito a novidade
vai, enfim, me libertar"


é tempo de festa em meu reino
o rei decretou a alforria
de todos os corações
somos todos foliões
por, ao menos, quatro dias


sexta-feira, 4 de março de 2011

resta que eu saiba ser silencioso
quando todos os gritos
estiverem a minha volta

plainar no ar
feito gaivota

domingo, 27 de fevereiro de 2011

sábado, 26 de fevereiro de 2011

vai, coração
liberta-te
voa pro céu

mais alto que possa
ir em busca
do que te faz bem

vai, coração
a vida é agora
não espere mais

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ja me debati
outras vezes
contra as paredes
de minha ignorancia

mas hoje decidi
permanecer sentado
respirando fundo
concentrado e ciente

aprendo com isso
que as coisas não devem
ser como EU quero
que sejam só porque
EU quero que sejam
tal e qual

não...as coisas
os fatos, as pessoas
as situações, a vida
inclusive eu, somos
inerentes ondas
de intenso porvir

produzimos círculos
viciosos e virtuosos
mas temos o poder
de escolher
em qual deles
ficaremos
presos

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

que o depois, venha agora
preenchendo de luz
nossos corações

nada é para além
tudo está aqui

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

certo dia chato, eu estava sentado
num banco embaixo de uma árvore...
sentado, percebi que podia ficar de pé
de pé, parado, percebi que podia andar
andando, devagar, percebi que podia
andar cada vez mais rápido
e, assim, percebi que podia
correr indefinidamente sem parar
e correndo muito rápido
percebi que podia voar
e voei até ficar cansado
então, sentei ao lado de Deus
que passeava por umas nuves
e perguntei:
Deus, tu que és tão forte
onipresente, onipotente
que Criou tudo que conheço
tudo que imagino, tudo que sei
diga-me, meu Deus
porque ainda não
somos apenas felizes
e mais nada?

Deus olhou para mim
e disse:
Se você voa até o Céu
encontra Comigo e, ainda assim
não está feliz, volte pra Terra
e fique sentado num banco
embaixo de uma árvore.
Quando uma pomba
cagar na sua cabeça,
volte aqui e conversaremos
sobre felicidade.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

através do vento que semeia a sorte
vou buscar abrigo no tempo
peregrino de todas as horas

se o eterno retorno me oprime
a impermanencia me liberta
o fluxo do rio sempre segue
em seu curso natural
independente de remarmos
a favor ou contra a conrrenteza

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

através da plenitude da Lua cheia
deixarei tudo que me faz vazio

Lua, a primeira palavra que eu disse

é minha mãe do céu
e sempre em mim está atenta

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

esse blog fez 3 anos no dia 29/01 - passou já, eu sei...

não postei nada e disse para a Gláucia que ia fazer uma festa, mas não fiz ...

faço quando ele fizer 5!

(re)existencias...
percebo que o tempo
se desfez em cascatas
muito maiores
do que as das Cataratas
ruminando nos arruinamos
nos entremeios da espera

agora só tem agora
e todo o tempo do mundo
não passa de lorota

nunca serei atendo
aquilo que gera
desentendimento

só se é livre
enquanto
se vive

sábado, 12 de fevereiro de 2011

onde existir a dúvida, que eu seja a certeza
onde preponderar o egoísmo, que eu leve a gentileza
onde houver a angústia, que eu traga a beleza
onde existir só o concreto, que eu plante a natureza

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

através do desprezo descobri
que meu coração é forte
o bastante para bater
sem parar

através da indecisão
descobri que minha mente
pode viver entre o sim e não
e quiçá só no talvez

atavés da despedida
encontrei outra chegada
que depois partiu também

eu através de mim
me encontro

ao revéz, vou de viés
sem pressas soberanas
sem versos hipotéticos
sem remédios
só com a cura

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"se tudo passa, talvez você passe por aqui..."

de perto nada é perfeito
de longe tudo é embaçado
o certo é ficar no meio
a espera de ser esperado

domingo, 6 de fevereiro de 2011

os céus de fevereiro
com suas nuvens
acusam um
paradoxo:

serei eu
quem acho
que sou?

sábado, 5 de fevereiro de 2011

hoje eu acordei para observar as lacunas do no meu coração
e percebi que estou estou distante de ser perfeito
para satisfazer qualquer necessidade do Ego de ontrem

mas isso, não faz de mim um ser que não ama
um cara que não sofre em saber que o outro sofre
não me faz ser superior em nenhum sentido da existência

na verdade, hoje acordei para ficar bem pequeno
e percebi o quanto tenho de aprender sobre a vida

em toda minha imperfeição percebi que é aqui
nesse momento, nesse lugar, nessa hora
que devo concentrar toda a minha atenção
o depois e o antes não existem agora

que venha o dia com seu sol e seu calor
e que eu possa distribuir sorrisos
para aqueles que mais necessitam sorrir

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

no escuro, sozinho, aprendi a cavar fundo
cada detalhe entalhado na alma do outro
cada gesto bem ou mal colocado
cada declaração feita por descuido
cada milímetro dos melindres

pelejo, mas eu cavo fundo
atrás de olhares desviados
atrás de traumas esquecidos
atrás de promessas quebradas

então, peço que tomem muito cuidado
pois eu aprendi a cavar sozinho no escuro
toda relação exibida em surdina
a escutar toda respiração tensa
a vislumbrar a gota de suor do medo
a entender o que faz a sua vergonha
e o que te faz mostrar a sua face estranha

com isso, me tornei forte
e de tão forte, muito frágil
mas encontro nesse caminho
todos aqueles que querem
uma brecha para mostrar
o que nunca mostrariam

e a vida se expande
em mil possibilidades

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"quem sabe de mim é o meu violão" (Adoniram Barbosa)

esse estado de latência me maltrata
e a dor que sinto em meu peito é demais
traga mais uma dose, por favor
que hoje eu quero me perder desse amor

sei que essa coisa toda é fulgaz
mas o tempo é quem vai cicatrizar
fica apenas uma marca da ilusão
farpa pequena cutucando o coração

todo conselho nessa hora, meu amigo
é melhor você guardar consigo
eu vou seguir buscando entender
porque a gente ama se é pra sofrer

por isso eu canto, canto
antes que começe
a demarrar meu pranto

por isso canto, canto
antes que começe
a demarrar meu pranto

domingo, 16 de janeiro de 2011

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

se nos foi dado o livre arbítrio
então, porque não somos livres?
estaremos fadados a padecer
em nossas próprias feridas?

mas é claro, são as escolhas
estas escolhas que fazemos
levando em detrimento
nosso Ego tão imaturo

mas nisso, não só Eu me machuco
como transfiro ao Outro
elemento díspare, alhures
toda carga de sofrimento
por minhas escolhas injustas

o mundo, tal qual o é
inferno de Egos
não pode mesmo ser melhor
sem antes piorar:

a dor elucidará
que somos apenas
uma parte das relações

estamos infinitamente interligados

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

tamo sendo ainda mano
ninguem tá pronto e acabado
mas é foda, porque tem horas
que as coisas param

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

observo: vertigem
aquém: movimento
se está: afim

nao: agora
amanhã: sim

e quando por mais distante que pareça de um sorriso mas perto está um coração pulsante de desejo por tudo aquilo que foi imaginado por uma memória outrora fria

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011


acontece que o dia nasce
e todo tempo passa
e toda hora canta

lua cheia, lua vazia
eu me visto de rotina
ainda que para isso
tenha que ser um peregrino

domingo, 2 de janeiro de 2011

"devagar, esquece o tempo lá de fora..."

uma das coisas mais bonitas que já (re)vi é o por sol na estrada que passa atrás da minha casa
mas dizer que é bonito também é julgar, por isso me policio quando vejo esse por do sol
esgota-lo em um palavra, que seja a palavra "bonito", mesmo assim, é muito feio
o mais importante é não dizer e apenas, com muito cuidado, observa-lo
eu não quero matar o por do sol em uma palavra, nem numa poesia, nem numa tese
eu quero que ele viva, sem sentido comensurável, dentro da minha memória
quisera eu ter um por do sol dentro do meu coração, tão apertado pela vida de todos nós
um por do sol para substituir as ilusões que fazem fazer poemas
estar em silêncio, apenas