sexta-feira, 30 de outubro de 2009

leva uma eternidade o entre-espaço
daquilo que fomos
nos anos, instantes passados
entre os muros
entre as esquinas
entre as faces...

mas, o Tempo?
como o comensuramos?

sábado, 17 de outubro de 2009

vejo a cidade como quem vê ruínas...
a manifestação do tempo esquecido
os troncos retorcidos
das ároves do bosque

um garoa fina, leve
que parece fumaça
embaça minha visão

e não tenho como dizer
se estou alegre ou triste
se é para sempre
ou para somente
até o próximo minuto

estou imerso
no presente

domingo, 11 de outubro de 2009

sou falso por acreditar que sou verdadeiro
e por fazer de mim um ser soberbo
que pensa que sabe das coisas ...

não, eu não sei
finjo em toda minha existencia
uma vital prepotência
uma lascividade promíscua
um orgulho de si por si
que no final das contas
só faz aumentar minha angústia

mas não tomem isso
como algo triste e profundo
não! é simples e tranquilo
o paradoxo da existência
humana

domingo, 4 de outubro de 2009

e as verdades ficaram frouxas
com tudo aquilo que não dissemos
em todas as entrelinhas deixadas
de lado, sem análise, sem profundidade
como o barco ancorado no cais
que se desprende e vai pro mar...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

em uma manhã, quase pelo almoço
em seu rosto brincavam as sombras
das folhas movidas pelo vento
e ilumidadas por uma luz clara

e o tempo, o tempo não existia ...