domingo, 27 de novembro de 2011

de lugar nenhum, para niguem, através do nada
seguirei sendo um espaço preenchido de vácuo 
com todos os sentidos à devira, um naufrágo 

deixo pensarem que saberão
progredindo em intrigas alucinantes
através das memórias e dos fatos
mas tudo isso é poeira de estrada

não quero convence-los de meu amor
não desejo que sonhem meus sonhos
ou que me resgatem com ternura
dos precipícios que caí

com brandura eu levanto a face
que nunca, nunca, meus caros, é a mesma
guardem, por favor, suas esmolas de compreensão... 

tragam apenas o necessário:
coragem e sinceridade 

não busquem em mim
alguma resposta que satisfaça
não a tenho e quiçá nunca a terei 

na amplitude do horizonte
quando nenhuma nuvem existir
e só o puro céu azul surgir
integraremos 

mas não me venha agora
como um pássaro ferido
pedir abrigo no meu coração