quinta-feira, 6 de novembro de 2008

agora, depois do banho
depois da ceia
depois da música
e das conversas
depois do café
e das bolachas
depois do amor

agora, nos entremeios
que separam
minhas vontades
das suas
somos serenos

a ausências das intenções
mascaradas em metáforas
agora, depois da tempestade
depois do sonho, da viagem
dos dilemas que esquecemos
das fotografias digitais

talvez sem medo
de ofecerer a outra face
de receber flores
de escrever bilhetes
de falar com os olhos
com o sorrido
de escutar o barulho da rua

agora, depois de fechar
as janelas, as portas
de conferir o alarme
de escovar os dentes
tomar leite, assistir
qualquer coisa
ler sobre o mundo

depois, somos serenos
inevitavelmente
mascarados
mas livres
de qualquer
imitação
do infinito

agora, depois
agora

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