quarta-feira, 15 de abril de 2009

"...aconteceu de eu ser gente
e gente é outra alegria
diferente das estrelas" (terra - c.veloso)

poeta fingidor, aquela pessoa
aquele menino manifestado
em palavras que atenuam
a dor do ego

ah, poetas!

preferiria passar batido
o tempo rasgando
e eu contido
sem verso
sem crítica
sem rima
sem mundo
mesmo que seja vasto
ou minísculo
não é, raimundo?

mas existem as flores
das paineiras florescidas
na beira da pista
e elas me enchem os olhos
de um sentimento
infinito a degustar
sei lá onde ou porque

e agora, Alberto?

a vida cresceu, a festa
acabou de começar
a esperança transcendeu
e, por um instante
o sonho dura mais
que a realidade!

e agora, Alberto?
oh, pastor do rebanho
de pensamentos!
e agora que tudo
tem que tem
uma explicação?
com tipo aqueles
Freud e Jung e Lacan
tipo, assim
"me add"
nos livros de rosto?

o que faz sentido
na profusão inexgotável
e infinita de sentido?
hein, Caeiro entorpecido?

os celebratórios, pós.
convíctos da soberania
do dito sistema
neoliberal (capitalismo
com novo modelito)
inflam-se, inflam-nos
de banalidades
a consomir até
depois da última seia
e os críticos dissem:
Pessoa imperialista!

ah, poetas!

fingidor?
quem a sente
em realidade?

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