quarta-feira, 6 de abril de 2011

das mãos, agora recolhidas aos bolsos da calça
fechadas e com os dedos apertados
trago a energia de recomposição da minha mente

você me observa de longe, até pelo pensamento
enquanto passo rasteiro e rápido
movendo-me sem significado, sem história

o vão do canto da parede é tão grande
é tão extremo o teto com o ventilador ligado
tudo imaginado em uma conexão

minhas mãos abertas e voltadas para cima
meus olhos fisgados pela sua longitude
através do espelho embaçado pelo vapor do chuveiro

ah, isso foi o que tinha imaginado
isso foi o que nos tornou as cinzas
isso passou, voce ficou, eu fui ...

não que o dia tenha transcorrido sem abalos, não que a vida tenha o cheiro eterno da primavera, não que eu não sinta falta de um abraço, não que nao procure satisfazer meu ego no espelho, não que eu não minta para ser gentil, não que eu não diga bom dias felizes, não que eu não seja simpático, não que eu não me cuide para atravessar a rua, não que eu não respire o primeiro ar do dia quando abro a janela, não que eu não entoe um Mantra, não que eu não...

mas que sim, ainda que fora
o que eu tivesse imaginado

pudera

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