de lugar nenhum, para niguem, através do nada
seguirei sendo um espaço preenchido de vácuo
com todos os sentidos à devira, um naufrágo
deixo pensarem que saberão
progredindo em intrigas alucinantes
através das memórias e dos fatos
mas tudo isso é poeira de estrada
não quero convence-los de meu amor
não desejo que sonhem meus sonhos
ou que me resgatem com ternura
dos precipícios que caí
com brandura eu levanto a face
que nunca, nunca, meus caros, é a mesma
guardem, por favor, suas esmolas de compreensão...
tragam apenas o necessário:
coragem e sinceridade
alguma resposta que satisfaça
não a tenho e quiçá nunca a terei
na amplitude do horizonte
quando nenhuma nuvem existir
e só o puro céu azul surgir
integraremos
mas não me venha agora
como um pássaro ferido
pedir abrigo no meu coração
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