quinta-feira, 29 de maio de 2008

Fer e Schopen

"Aquela justiça íntima pela qual escrevemos uma página fluente e bela, aquela reformação verdadeira, pela qual tornamos viva a nossa sensibilidade morta - essas coisas são a verdade, a nossa verdade, a única verdade. O mais que há no mundo é paisagem, molduras que enquadram sensações nossas, encadernações do que pensamos. E é-o quer seja a paisagem colorida das coisas e dos seres - os campos, as casas, os cartazes e os trajos - quer seja a paisagem incolor das almas monótonas, subindo um momento à superfície em palavras velhas e gestos gastos, descendo outra vez ao fundo na estupidez fundamental da expressão humana". (B. Soares, fragmentdo do L. do D.)


O que é esse trecho senão argumentações semelhantes a de Schopenhauer, no Mundo como Vontade e Representação? Fernando Pessoa só pode ter lido Schopenhauer e Nietzsche e Bachelard. Se Pessoa não os leu, Bernardo Soares o fez. Ou então, eles estão no mesmo denominador comum. As idéias que perambulam no ar e são captadas por esses gênios.

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