sábado, 25 de outubro de 2008

Há alguma coisa nesta noite

Que não sei explicar

Um ar rarefeito, prestes

A precipitar...


Recolho os fragmentos da rua

Como se ao juntá-los

Resolveria-se o mistério da vida:

as partes do quebra-cabeça

que findariam em meu peito

a vontade de chorar


Os concretos quentes

O asfalto gasto

O tempo indeterminado

Pessoas sós, aos pares

Aos bandos...

E os minúsculos e macros

Barulhos intermitentes


A noite que não se explica

Nem pelo seu nome

Nem pela sua existência

Existe aí mesmo

No intervalo dela

Com alguma outra coisa

Que é minha, que foi minha

E eu deixei passar...

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