sábado, 4 de outubro de 2008

olho-te no impasse dos teus olhos
espelhos dos meus devaneios
olho-te e liberto o veneno
da minha poesia
ética-estética da existência
em pequenos segundos
perdidos nessa
observação

deixo de amar o tempo
em que fui a esperança
de encontrar soluções
nos vales de lágrimas

deixo o teu coração
em contato com a agulha
que fere meus olhos
que te olham pela fresta
do cantinho do dia
um segundo
menos
e pá!

angústia elevada
necessidade de achar
que vale a pena ser
ainda ser o que se é!
identidade?

olho-te no esboço
olho-te no meio
nunca inteiro
nunca para sempre
olho-te de escanteio
meia boca
sem intenção de nada
apenas criar
alguma alegria/tristeza
para, enfim
deixar de lado
toda felicidade
e ser o mesmo
de sempre

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