segunda-feira, 25 de maio de 2009

o cheiro do chá de cidreira
lembra o quintal da minha infância
de quando andava descalço
sem medo, sem esperança
porque só tem esperança
quem tem medo

o cheiro do chá de cidreira
é tão aconchegante
que mesmo na noite mais escura
com raios, trovões e vendavais
tudo parece mais certo
do que fora em outros temporais

e o menino do quintal
vive em algum lugar
e nem é da lembrança
que o cheiro do chá traz
o menino vive mesmo
é pela esperança
de que o medo
possa passar

2 comentários:

Maysa disse...

Ah chá de cidreira...
Memória olfativa é intensa sempre, né?

ney souza lima disse...

seus poemas são como música que a gente não se cansa de ouvir, tem o dom de prender o leitor até os confins