enfim, tudo ficou indefinidamente para outro dia
para outro ano, outro século, outra vida
e até que algum sorriso nos transfigure
seguiremos sendo apenas o martírio daquilo
que não pudemos ser
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
as essencias da vida
vêm sendo cantadas pela poesia
desde de que a poesia existe
mas isso não basta
alguns humanos são tão esquecidos
são tão preguiçosos
tão mesquinhos, tão egoistas
que tanto faz se existe ou não
essencias ou poesias
existe um Eu redundante
um Eu superlativo
que grita, que esfola o Outro
que no final das contas
é um Eu também...
o mundo dos Eus feridos
dos Eus embrutecidos
esfarrapados, carcomidos
envaidecidos, glorificados
Amém
enfim, quase tudo se resume a isso
do mais, fica a impressão
de que chegamos mesmo
ao fundo do poço
mas é nesse fundo mesmo
que existe uma passagem secreta
e a senha é:
...
vêm sendo cantadas pela poesia
desde de que a poesia existe
mas isso não basta
alguns humanos são tão esquecidos
são tão preguiçosos
tão mesquinhos, tão egoistas
que tanto faz se existe ou não
essencias ou poesias
existe um Eu redundante
um Eu superlativo
que grita, que esfola o Outro
que no final das contas
é um Eu também...
o mundo dos Eus feridos
dos Eus embrutecidos
esfarrapados, carcomidos
envaidecidos, glorificados
Amém
enfim, quase tudo se resume a isso
do mais, fica a impressão
de que chegamos mesmo
ao fundo do poço
mas é nesse fundo mesmo
que existe uma passagem secreta
e a senha é:
...
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
não vou mover as águas
para que as águas movam o moinho
não quero ser correnteza nem corrente
para aprisionar seu coração
nem vou soprar o ar
para girar o catavento
não quero ser tempestade
muito menos brisa
para trazer você até mim
vou mesmo ficar parado
quieto, calado, sentado
esperando impassível
alias, só faço esse poema
para ter uma espera
com uma migalha
de esperança
para que as águas movam o moinho
não quero ser correnteza nem corrente
para aprisionar seu coração
nem vou soprar o ar
para girar o catavento
não quero ser tempestade
muito menos brisa
para trazer você até mim
vou mesmo ficar parado
quieto, calado, sentado
esperando impassível
alias, só faço esse poema
para ter uma espera
com uma migalha
de esperança
sábado, 19 de setembro de 2009
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
eu encontrei no quarto, sobre a cômoda
um livro de poesia do tio do meu pai
que estava se hospedando em casa
li algumas estrofes com desconfiança
não porque nunca tinha lido poesia
mas porque os versos do poeta
eram cotidianos, porém intrigantes
não havia rima, não eram quadras
muito menos poesia clássica
era uma prosa escrita em verso
mas que também não era prosa
era um misto de palavras do dia a dia
com uma expressividade máxima
que fazia de poesia o bêbado da rodoviária
e o poeta o chamava de bêbado
e isso me incomodava
eu, na verdade, inocente
estava julgando o poeta
assim como o poeta fazia do bêbado
andarilho, sei lá o que
uma crítica da socidade... talvez...
eu não li o livro todo
nem sei qual é o poeta, é claro
pois poucos poetas são lembrados
mas a imagem que sua poesia me causou
sempre me retorna:
o quarto, a cômoda, o tio do meu pai
e o andarilho bêbado
um livro de poesia do tio do meu pai
que estava se hospedando em casa
li algumas estrofes com desconfiança
não porque nunca tinha lido poesia
mas porque os versos do poeta
eram cotidianos, porém intrigantes
não havia rima, não eram quadras
muito menos poesia clássica
era uma prosa escrita em verso
mas que também não era prosa
era um misto de palavras do dia a dia
com uma expressividade máxima
que fazia de poesia o bêbado da rodoviária
e o poeta o chamava de bêbado
e isso me incomodava
eu, na verdade, inocente
estava julgando o poeta
assim como o poeta fazia do bêbado
andarilho, sei lá o que
uma crítica da socidade... talvez...
eu não li o livro todo
nem sei qual é o poeta, é claro
pois poucos poetas são lembrados
mas a imagem que sua poesia me causou
sempre me retorna:
o quarto, a cômoda, o tio do meu pai
e o andarilho bêbado
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