da série "poemas para musicar em caso de filmes do Almodóvar"
de que me vale sua presença
tão fraca e impotente
se nada pode me dar
só mesmo para rasgar
dilacelar, triturar, moer, ralar
meu coração
são os seus olhos castanhos
seu sorriso, sua voz
seu corpo e sua alma
meu fardo, meu castigo
e minha salvação
é aquilo que não tenho
aquilo o que desejo
seu beijo até o fim
de que me vale
saber que você existe
se sem você eu sou triste
e nada vai me fazer feliz
domingo, 31 de janeiro de 2010
da série "poemas para musicar em caso de filmes do Almodóvar"
tasca-me um beijo na boca
tão louca, tão louca
de lábios ardentes sem roupa
sem roupa, sem roupa
e me sufoque por dentro
bem lento, bem lento
até que eu morra de amor
sem dor, sem dor
e quanto amanhacer
que viva novamente
para teu beijo sentir
e assim eternamente
ser seu, sem fim
tasca-me um beijo na boca
tão louca, tão louca
de lábios ardentes sem roupa
sem roupa, sem roupa
e me sufoque por dentro
bem lento, bem lento
até que eu morra de amor
sem dor, sem dor
e quanto amanhacer
que viva novamente
para teu beijo sentir
e assim eternamente
ser seu, sem fim
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
nublado
lá fora, depois da janela
delata-se um cinza no céu
um presságio da chuva
cinza, que pede uma aquarela
e um pincel, um carretel de linha com
uma pipa colorida na ponta
céu monocromático
que se contrasta com o verde
de árvores atormentadas
pelo vento noroeste
o mesmo céu teu
que te leva para além
de mim
lá fora, depois da janela
delata-se um cinza no céu
um presságio da chuva
cinza, que pede uma aquarela
e um pincel, um carretel de linha com
uma pipa colorida na ponta
céu monocromático
que se contrasta com o verde
de árvores atormentadas
pelo vento noroeste
o mesmo céu teu
que te leva para além
de mim
Rodrigo Launikas Cupelli 06/01/2009 13:50
Assunto: poema de verão
Do céu, mar além de ti
As horas passam
E o sol entoa
Um árduo verão
A mulher, vestido curto
Na beira da pista
É retina queimada
No verão do hemisfério
Sul ...
Há que se penetrar
Nos sonhos indefinidos
Morrer de tédio
De sede, desejo
Sem fim
Aglutinando os passos
Em busca das memórias
No verão latino
Lata de Coca
Boca do Lixo
Veneno da rotina
Urdidura da máscara:
- Meu verbo arde
Na garganta seca
Assunto: poema de verão
Do céu, mar além de ti
As horas passam
E o sol entoa
Um árduo verão
A mulher, vestido curto
Na beira da pista
É retina queimada
No verão do hemisfério
Sul ...
Há que se penetrar
Nos sonhos indefinidos
Morrer de tédio
De sede, desejo
Sem fim
Aglutinando os passos
Em busca das memórias
No verão latino
Lata de Coca
Boca do Lixo
Veneno da rotina
Urdidura da máscara:
- Meu verbo arde
Na garganta seca
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
eu me alimento do que não tem peso
daquilo que me faz ficar tonto
no entardecer de verão
o céu, na conjuntura das árvores
as casas de portas abertas
brincadeiras na calçada
chuvisco de fim de dia
tempestade de madrugada
chá gelado de erva mate
caminhar sem rumo
no deserto da cidade
cheiro de terra molhada
fumaça no asfalto quente
distante, sempre presente
alguma lembrança da infância
perto, sempre distante
o amor perfeito
daquilo que me faz ficar tonto
no entardecer de verão
o céu, na conjuntura das árvores
as casas de portas abertas
brincadeiras na calçada
chuvisco de fim de dia
tempestade de madrugada
chá gelado de erva mate
caminhar sem rumo
no deserto da cidade
cheiro de terra molhada
fumaça no asfalto quente
distante, sempre presente
alguma lembrança da infância
perto, sempre distante
o amor perfeito
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
fito o oposto, a música rodada ao contrário
gesticulo sílabas invertidas
que provocam rupturas nos contextos:
a métrica está corrompida
porém, fito mais além e tudo se encaixa
o rítimo, os compassos quaternários
as frases lapidadas e contínuas
que dão sentido as coisas da vida:
brevemente me recomponho
como sujeito civilizado
mas sujeito estou a toda oscilação
de humor, de criação, de existência
como se o cosmos se desse em caos
fito o infinito dentro de mim
com os olhos abandonados
relegados a algum canto
e não sei se sou eu
se é o Outro, se é o tempo
parece que é passagem
um caminho neutro
no qual penso nas impossibilidades
nos nós, nos cortonos, nos vultos
porém sem esperança
de encontrar conclusão alguma
gesticulo sílabas invertidas
que provocam rupturas nos contextos:
a métrica está corrompida
porém, fito mais além e tudo se encaixa
o rítimo, os compassos quaternários
as frases lapidadas e contínuas
que dão sentido as coisas da vida:
brevemente me recomponho
como sujeito civilizado
mas sujeito estou a toda oscilação
de humor, de criação, de existência
como se o cosmos se desse em caos
fito o infinito dentro de mim
com os olhos abandonados
relegados a algum canto
e não sei se sou eu
se é o Outro, se é o tempo
parece que é passagem
um caminho neutro
no qual penso nas impossibilidades
nos nós, nos cortonos, nos vultos
porém sem esperança
de encontrar conclusão alguma
domingo, 3 de janeiro de 2010
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