segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

fito o oposto, a música rodada ao contrário
gesticulo sílabas invertidas
que provocam rupturas nos contextos:
a métrica está corrompida

porém, fito mais além e tudo se encaixa
o rítimo, os compassos quaternários
as frases lapidadas e contínuas
que dão sentido as coisas da vida:
brevemente me recomponho
como sujeito civilizado

mas sujeito estou a toda oscilação
de humor, de criação, de existência
como se o cosmos se desse em caos

fito o infinito dentro de mim
com os olhos abandonados
relegados a algum canto
e não sei se sou eu
se é o Outro, se é o tempo
parece que é passagem
um caminho neutro
no qual penso nas impossibilidades
nos nós, nos cortonos, nos vultos
porém sem esperança
de encontrar conclusão alguma

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