lava teu manto aqui, enquanto te amo
e amantes somos até o amanhecer
somos eu e você e a madrugada
ávidos por alguma coisa nova
que nem é mais sexo, nem ópio
nem é mais alguma revolução
nós já fomos revolucinados
e sabemos o que há por de trás do palco
deixa eu proferir em teu sonho
algo de concreto e que pese
pese mais que as penas dos pecados
mais que cruz dos cristos
quase chegando a ser a realidade
a densa realidade que nos comove
mas não vamos gritar, isso não...
sussurremos o veneno, assim devegar
lentamente, aos poucos, em conta gotas...
uma, duas, três...
ah, e você me espera embrulhado
no lençol que é seu manto
no canto da cama, no chão
e você me espera surrado
suado, em transe, em compaixão
e você me espera ainda morto
ainda no mesmo tom de voz
do mesmo modo e de novo
e sempre e para agora
não há pranto que nos comova
não há mais nada santo
nada que possa ser profano
já estamos religados
daqui para frente
não nos pertencemos mais
segunda-feira, 17 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
tá certo, moço
não precisa de troco não
eu vivo mesmo é de obrigados
vivo de de nadas também
de pernas bambas eu danço
uma música bem do sertão
eu não preciso de casa
nem de camisa e de calça
eu gosto de deitar na calçada
olhar pra lua, olhar pra árvore
olhar pro lado de lá da praça
depois da maré baixa
depois do dia ruim
sou meio feito de nuvem
que se despedaça
e se entrega à fumaça
se deixa voar por aí
que nem pássaro
não precisa de troco
o teu sorriso agora basta
o teu comprimisso humano
raça que não se desgraça
apesar de sofrer
isso sempre passa
vá lá que ainda
tá demorando pacas
um dia eu volto
lá pras Pasárgadas
onde sou amigo de deus
e ele é amigo do meu amor
que é amigo do Álvaro de Campos
e todos nós vamos escrever poemas
que podem muito mais parecer prosas
que um dia alguém vai ler e achar que somos um pouco doidos
por escrevermos coisas tão estranhas em forma de texto e sem parágrafos
que vai por tudo em estrofe, com rimas e métricas, com candência e paciência
mas ficar ficar tão feio, mas tão feio, que deus vai cair fora, meu amor também vai embora
e só vai sobrar mesmo o outro lá e eu aqui, a escrever sempre em linhas tortas o que vida escreve sem palavras e sem linhas e sempre sem pontos finais ....
não precisa de troco não
eu vivo mesmo é de obrigados
vivo de de nadas também
de pernas bambas eu danço
uma música bem do sertão
eu não preciso de casa
nem de camisa e de calça
eu gosto de deitar na calçada
olhar pra lua, olhar pra árvore
olhar pro lado de lá da praça
depois da maré baixa
depois do dia ruim
sou meio feito de nuvem
que se despedaça
e se entrega à fumaça
se deixa voar por aí
que nem pássaro
não precisa de troco
o teu sorriso agora basta
o teu comprimisso humano
raça que não se desgraça
apesar de sofrer
isso sempre passa
vá lá que ainda
tá demorando pacas
um dia eu volto
lá pras Pasárgadas
onde sou amigo de deus
e ele é amigo do meu amor
que é amigo do Álvaro de Campos
e todos nós vamos escrever poemas
que podem muito mais parecer prosas
que um dia alguém vai ler e achar que somos um pouco doidos
por escrevermos coisas tão estranhas em forma de texto e sem parágrafos
que vai por tudo em estrofe, com rimas e métricas, com candência e paciência
mas ficar ficar tão feio, mas tão feio, que deus vai cair fora, meu amor também vai embora
e só vai sobrar mesmo o outro lá e eu aqui, a escrever sempre em linhas tortas o que vida escreve sem palavras e sem linhas e sempre sem pontos finais ....
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