domingo, 10 de outubro de 2010

tudo parece estar infalivelmente fadado ao fracasso
tudo, menos a necessidade de ainda sermos
os romanticos nostágicos a la Jovem Werther

com a idade, reconheço, tornamo-nos ainda
mais perniciosos e relutantes em aceitar
que todo barulho do bloco de carnaval
perterne a uma ilusão da alma
que ficou aprisionada na infancia

temo que disso tudo resulte
uma esquizofrenia generalizada da alma
que nos assombre por nossa
suposta eternidade no vale de lágrimas

e você, que chegou até aqui nesse poema
deve estar se perguntando: mas que merda é essa?

fazer o que se não há nada a fazer
depois do almoço de domigo?

ah, mas é claro que há, sempre há:
téres!

vamos todos!

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