domingo, 18 de maio de 2008

Não escrevo para conquistar o mundo, nem a ti
Não espere, pois, encontrar-te aqui
Nestas palavras que escrevo

Este poema é um verniz
Casquinha de tempo
Sem mais nem menos
Muda de tom e rima
Mas, ainda assim
Se aproxima de mim

Agora, mesmo não tendo
As pretensões expostas
Mesmo sabendo
Da passagem das horas
Eu não preciso justificar
Meus gestos em poesia
Na verdade, eu não quero

Então, por favor
Espere o menos possível
Das cadências inconclusas
Dos olhares relapsos
Da corda de aço
Dos nervos
À flor da pele

Não exiba a verdade
Não deixe à mostra
O sexo, a necessidade
Tudo indica outra coisa
Para além da coisa posta

Por isso, não espere
O poema perfeito
A rosa vermelha
O beijo roubado

Nada disso existira
Se não existissem
As palavras

2 comentários:

Anônimo disse...

Aii amigo... eu juro que quando comecei a ler esse poema esperava sim.. mto de ti.. e talvez me ver em tuas palavras...E mesmo que negues este meu desejo, nao deixei de me ouvir em cada palavra escrita tua. O beijo roubado, a rosa vermelha... me remeteram as minhas proprias lembranças e isso, teu desejo nao me poderia negar. Pois afinal, tudo eh uma leitura.. a minha leitura.. a minha tentativa de me achar!!

rOdrigO disse...

Mas aí está! Vc captou a mensagem do poema... quis ser mau, mas a verdade é... PALAVRAS...quis dizer... olhe as PALAVRAS...rs...

beijosss

saudade

PS: o simulacro existe, mas só para quem acredita...rs..