quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

através da janela
ao final da tarde
a chuva veio falar comigo
como um carinho

olhava o pátio
como quem olhava
um labirinto
de caminhos floridos...

o fim da tarde no verão
com a chuva
de cinco minutos
com o calor
com o sol
já enfraquecido

e meu tempo se estendeu
ao infinito...

não havia pressa
nem deveria haver fim
cada passo, cada gesto
rompia um absurdo
de desejo absoluto
de felicidade

como estar
na chuva contigo
que lá estava
através da janela
no pátio molhado
e florido

como estar brando
sem sentido e sentindo
o coração rasgar o peito
destemido, absorto
estarrecido

e meus olhos casados
de tanto ver o impossível
se tornaram suaves
comtemplativos
incorruptíveis

alí estava o pátio
molhado e florido
banhado pelo
sol enfraquecido
e de tudo que esperava
ainda te via
sabendo que de fato
outro amor aconteceria

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