domingo, 17 de agosto de 2008

Mudarei o tom dessa parede
Mudarei as folhas daquele arbusto
Transitarei na rodovia
Com os olhos vendados
Para mudar a direção dos carros

Mudarei o tempo do relógio
Atrasando-o e depois o adiantando
Modificarei as rotas dos mapas
O ronco do ar condicionado
O quadro da sala
O escorredor de pratos

Mudarei a mobília do quarto
O número do telefone
O celular, a calça
O lençol, a toalha
A água da privada
O imã da geladeira

Trocarei o carro, a face
A moeda, o salário
O emprego, a empregada
O verbo, a ordem dada
O chafariz da praça
O remédio para o coração

Mudarei também a paixão
As amizades, o contrabando
A saúde pública, o supermercado
O cabeleireiro, o mecânico
A vassoura e o rodinho
O som, a televisão, a mine-série

Mudarei sem pensar
De nome, de endereço
De Universo, de religião
De Filosofia, de Idéia
De Verso, de Acaso
De Destino, de
Fim

Um comentário:

Maysa disse...

Será que é porque o Scorpions vai fazer um show em Ponta Grossa que Wind of change tem sido a trilha certa para os dias atuais? rs

Bom, que mude tudo, mude sempre - menos a nossa amizade fodona, o nosso afeto estabelecido.

Bjs, mts, saudade imensa e intensa