Agora que mudei
Tudo me parece mais
A la Campos
Do alto da janela
Do Edifício Grand Prix
Mas eu tenho todas
As sobras da Modernidade
Exaltadas nas Odes campesianas
Tenho todos os excessos e os vícios
Toda parafernália, todas as crises
Mas ainda respira
Álvaro de Campos Todo Poderoso!
Do alto da janela
Do Décimo Sexto Andar
Do Centro dos Centros
A qualquer hora
Do dia ou do noite
Vejo o malabarista
Ao sinal fechado
Exibindo uma cadência
De alguma decadência
Mas ele sorri e pede
E os motoristas avançam...
Vejo, em um gesto
De Grandiosidade
A Lua Cheia nascente
Imponente e Vermelha
Mas, quão longe vão
Meus pensamentos
Que repassam todas Horas
Vivas da Memória?
Sou Eu, o mesmo de sempre
Digo ao meu inconsciente!
Ah, a saudade é presença
Da ausência ardendo no peito
O Medo de ter um amor
De se não Pleno
De não corresponder
As expectativas feitas
Por encomenda para teu Nome
Ah, dor de uma taça de vinho
Tomada em solidão
E tudo isso aqui do alto
Causa-se a vertigem
De Campos embevecido
De Nostalgia pela sua
Perdida e imaculada infância
Mas, não sou-o!
Não devia ao menos sê-lo...
Pois o canto de Campos
É triste às vezes
E soa como lágrima
Que escorre sem amparo
Mas, hei de convir
Que todos somos
Um pouco assim
Na dor que nos faz
Humanos
E se chorar é ruim
Calar é ainda pior
Por isso aqui do alto
Do Décimo Sexto andar
Do Edifício Grand Prix
Ficarei atento aos sonhos
Que chegam e partem
Da minha janela
Sou Sonho
Sem Sombra de dúvida
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