domingo, 24 de agosto de 2008

Já é de noite, já tarde

Mas ainda não madrugada

Meu coração é apertado

E ao mesmo tempo largo


Deixei os afazeres

Meio inacabados

Como a roupa por lavar

Os detalhes por ajustar

O chão por varrer...


Parece que a noite veio

Justamente para calar

Meus desejos

E meus pesadelos


Meu corpo diz

Que já é mesmo tarde

E que amanhã

Teremos tantos compromissos...


Há que se curar

O vazamento do tanque

Que se solucionar

Os mistérios do mundo

Através dos relatórios

Pelas reuniões, opiniões

Há que se dar algum jeito

Nos contratempos absurdos

Que dilaceram a rotina...


Ah! Já é tarde!

Diz-me o relógio

E o quase silêncio da rua...

Tarde para empilhar os livros

Abrir os armários

Morrer de paixão

Ou de saudade...

Já é tarde...

Vou dormir

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