"...
Sofrer também é mericimento
Cada um tem seu momento
Quando a hora é da razão
Alguem vai sambar comigo
E o nome eu nao digo
Guardo tudo no coração
Se..."
(C. Veloso)
sábado, 28 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
eu corro é da noite, é de medo de mim
de medo do futuro é que eu choro
daquilo que serei e ainda não fui
corro da verdade que martela
o cerne da minha consciencia:
sou um humano entre tantos
desvairados pelas ruas, pelos prédios
pelos becos da existência...
e não é covardia, não é não!
é que dói mesmo sentir o que sinto
dói saber que somos rarefeitos
que somos tão pequenos e mesquinhos
que nos machucamos
com tanta facilidade
dói sentir os paradoxos
saber que a vida é feita de ciclos
de nascimento, de morte
de ordem, de caos e de tudo mais
e dói porque desconforta
é uma lâmina que percorre
o nosso corpo e corta
a nossa carne e diz:
menino, você é homem!
você está sozinho agora
você é responsável
por todo o bem
e por todo o mal
que causa
eu corro é para mim mesmo
corro para minha vergonha
para meu egoísmo, para minha inveja
para o meu preconceito
corro pra me esconder na toca
na poesia, na prosa
corro da profecia, do carma
para a cegueira do espírito
ah, eu não sei ser mais
mas queria aprender a ser...
ser mais do que ainda não fui
ser outro sendo ainda
ser sempre, nunca sendo o fim
queria ser a cigarra que canta
e que amanhã vai embora
e que não chora por isso
apenas vai porque
cumpriu o seu ciclo
de medo do futuro é que eu choro
daquilo que serei e ainda não fui
corro da verdade que martela
o cerne da minha consciencia:
sou um humano entre tantos
desvairados pelas ruas, pelos prédios
pelos becos da existência...
e não é covardia, não é não!
é que dói mesmo sentir o que sinto
dói saber que somos rarefeitos
que somos tão pequenos e mesquinhos
que nos machucamos
com tanta facilidade
dói sentir os paradoxos
saber que a vida é feita de ciclos
de nascimento, de morte
de ordem, de caos e de tudo mais
e dói porque desconforta
é uma lâmina que percorre
o nosso corpo e corta
a nossa carne e diz:
menino, você é homem!
você está sozinho agora
você é responsável
por todo o bem
e por todo o mal
que causa
eu corro é para mim mesmo
corro para minha vergonha
para meu egoísmo, para minha inveja
para o meu preconceito
corro pra me esconder na toca
na poesia, na prosa
corro da profecia, do carma
para a cegueira do espírito
ah, eu não sei ser mais
mas queria aprender a ser...
ser mais do que ainda não fui
ser outro sendo ainda
ser sempre, nunca sendo o fim
queria ser a cigarra que canta
e que amanhã vai embora
e que não chora por isso
apenas vai porque
cumpriu o seu ciclo
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
o ser humano dança
mesmo na chuva
mesmo na lama
na brasa, na fumaça
ele ama, ele chora
mas dança e sonha
e sorri para a lua
e deita na grama
e declama poesias
e canta
mesmo no frio, na neve
no maremoto, no terremoto
o ser humano se refaz
na dança, no grito
no labor, na esperança...
se somos felizes?
ah, somos o que somos
idenpendente do que dizem
que deveríamos ser...
ou somos exatamente
aquilo que nos cravam!
somos o avesso que deu certo
o erro que as vezes
passa batido e martela
o coração dos andarilhos
somos o paradoxo
damos a vida, damos a morte
damos o presente e a desgraça
somos a flecha e o alvo
e mesmo na boca do abismo
seguimos dançando
a dança dos aflitos
mesmo na chuva
mesmo na lama
na brasa, na fumaça
ele ama, ele chora
mas dança e sonha
e sorri para a lua
e deita na grama
e declama poesias
e canta
mesmo no frio, na neve
no maremoto, no terremoto
o ser humano se refaz
na dança, no grito
no labor, na esperança...
se somos felizes?
ah, somos o que somos
idenpendente do que dizem
que deveríamos ser...
ou somos exatamente
aquilo que nos cravam!
somos o avesso que deu certo
o erro que as vezes
passa batido e martela
o coração dos andarilhos
somos o paradoxo
damos a vida, damos a morte
damos o presente e a desgraça
somos a flecha e o alvo
e mesmo na boca do abismo
seguimos dançando
a dança dos aflitos
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
sei de ti só o necessário para não saber de ti
o que é trivial, o que todo mundo sabe
pela boca dos outros, ou por aquilo
que tu mostras ao mundo
ou seja, sei que não te conheço
mas conheço os traços do teu rosto
e os emblemas públicos do teu nome
fora isso, é imaginação, é supor
que nos daríamos bem e que
poderíamos tomar sorvete
no domigo a tarde ou que teu beijo
faria palpitar meu coração
e encheria de alegria o meu dia!
fora isso, é não te ter
nem de perto, nem de longe
nem bom dia, nem boa tarde, nem
boa noite
o que é trivial, o que todo mundo sabe
pela boca dos outros, ou por aquilo
que tu mostras ao mundo
ou seja, sei que não te conheço
mas conheço os traços do teu rosto
e os emblemas públicos do teu nome
fora isso, é imaginação, é supor
que nos daríamos bem e que
poderíamos tomar sorvete
no domigo a tarde ou que teu beijo
faria palpitar meu coração
e encheria de alegria o meu dia!
fora isso, é não te ter
nem de perto, nem de longe
nem bom dia, nem boa tarde, nem
boa noite
terça-feira, 10 de novembro de 2009
sinto dizer - é isso, pronto e acabou
hoje em dia, a poesia é direta
sem metáforas ou metonímias
a poesia é feita de concreto
é também um política externa
não tem imagens mirabolantes
não tem rimas exatas
não tem versos, não tem estrofes
é quase uma prosa
dita do avesso, em regresso
a algum lugar que o dito poeta
não consegue chegar:
um labirinto de espelhos
a poesia hoje se faz na feira
na pereferia, no rap, no funk
na música pop e romântica
no programa de auditório
a poesia se faz por sí própria
elege um canto e se solidifica
como um sacrifício do cotidiano
a poesia é do menino de rua
da velha que cata lixo
do outro inferno que sou eu mesmo
da minha consciência egóica
do verme que me irrita e corrói
dos insetos que procriam
suas larvas em vasos
esquecidos no cemitério
a poesia é fruto em promoção
ela é quase mais do que pode ser
é tão banal, é tão utilitária:
um jargão
a poeisa hoje é migalha de pão
é arroz com feijão
escorre nas paredes
brota do chão
traduz o fato, no ato
sem perdão
poesia:
é a notícia
é a crônica
é o quadro
é discurso
são os pedaços
das pessoas
juntos
são as pessoas
em pedaços
separadas
são os afãs
de dizer não, sim
talvez, tanto faz, e daí?
poesia hoje é o que se comeu no almoço
e já se esqueceu na hora da janta
é tudo o que pode fazer sentido
ou aquilo que não faz sentido algum
enfim,
hoje em dia, a poesia é direta
sem metáforas ou metonímias
a poesia é feita de concreto
é também um política externa
não tem imagens mirabolantes
não tem rimas exatas
não tem versos, não tem estrofes
é quase uma prosa
dita do avesso, em regresso
a algum lugar que o dito poeta
não consegue chegar:
um labirinto de espelhos
a poesia hoje se faz na feira
na pereferia, no rap, no funk
na música pop e romântica
no programa de auditório
a poesia se faz por sí própria
elege um canto e se solidifica
como um sacrifício do cotidiano
a poesia é do menino de rua
da velha que cata lixo
do outro inferno que sou eu mesmo
da minha consciência egóica
do verme que me irrita e corrói
dos insetos que procriam
suas larvas em vasos
esquecidos no cemitério
a poesia é fruto em promoção
ela é quase mais do que pode ser
é tão banal, é tão utilitária:
um jargão
a poeisa hoje é migalha de pão
é arroz com feijão
escorre nas paredes
brota do chão
traduz o fato, no ato
sem perdão
poesia:
é a notícia
é a crônica
é o quadro
é discurso
são os pedaços
das pessoas
juntos
são as pessoas
em pedaços
separadas
são os afãs
de dizer não, sim
talvez, tanto faz, e daí?
poesia hoje é o que se comeu no almoço
e já se esqueceu na hora da janta
é tudo o que pode fazer sentido
ou aquilo que não faz sentido algum
enfim,
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
quando tinha uns cinco anos
estava brincando na areia
olhei ao redor e me vi sozinho
onde foram aqueles
que me protegiam?
como uma criança faz
chorei assustado, é claro
e agora, o que seria de mim?
em instantes já estava
novamente em braços seguros...
mas e hoje, que sinto a mesma coisa?
vou berrar da minha janela?
vão me chamar de louco
me mandar calar a boca
chamar a polícia, o hospício
sei lá o que...
pois é, melhor é ficar quieto
escutando barulhos algures
que não me pertencem
respirando ofegante
pela incerteza do próximo minuto...
a existência toda
me pesa na boca do estômago
estava brincando na areia
olhei ao redor e me vi sozinho
onde foram aqueles
que me protegiam?
como uma criança faz
chorei assustado, é claro
e agora, o que seria de mim?
em instantes já estava
novamente em braços seguros...
mas e hoje, que sinto a mesma coisa?
vou berrar da minha janela?
vão me chamar de louco
me mandar calar a boca
chamar a polícia, o hospício
sei lá o que...
pois é, melhor é ficar quieto
escutando barulhos algures
que não me pertencem
respirando ofegante
pela incerteza do próximo minuto...
a existência toda
me pesa na boca do estômago
domingo, 1 de novembro de 2009
meu corpo é a morada dos aflitos
embrutecidos em retratos amarelados
esquecidos, solitários, vagantes ...
outro dia mesmo, ainda um sorriso
figurava sereno em meus braços
agora um castigo nos foi imposto:
perdemos a infância e a inocência
sem méritos, sigo o caminho do depois
os trilhos do ainda não, atravancados, rotos
as estradas em forquilhas, em foices
em palavras esparças que quase
nunca formam uma frase toda...
a liberdade? se um dia ela exisitir
poderei te contar algum segredo
poderei te beijar como o primeiro
beijo que a mãe ofecere ao filho
o beijo mais terno, mais puro, mais doce
por hora, resta o infinito
embrutecidos em retratos amarelados
esquecidos, solitários, vagantes ...
outro dia mesmo, ainda um sorriso
figurava sereno em meus braços
agora um castigo nos foi imposto:
perdemos a infância e a inocência
sem méritos, sigo o caminho do depois
os trilhos do ainda não, atravancados, rotos
as estradas em forquilhas, em foices
em palavras esparças que quase
nunca formam uma frase toda...
a liberdade? se um dia ela exisitir
poderei te contar algum segredo
poderei te beijar como o primeiro
beijo que a mãe ofecere ao filho
o beijo mais terno, mais puro, mais doce
por hora, resta o infinito
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