ano
novo?
de novo?
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
o que o espelho tem te mostrado?
uma nova ruga ou mais um cabelo branco?
tem te mostrado um largo sorriso
ou uma barba por fazer?
tem mostrado o quando tem medo da vida?
o espelho, esse nobre e fiel amigo, o que tem te mostrado?
olhos brilhantes por terem se apaixonado
ou um lágrima fria de quem não se permite mais amar?
tem mostrado mais defeitos ou mais qualidades?
tem mostrado só o corpo físico ou também a alma?
sonhos, vontades, desejos, amenidades
o que tem, o espelho, te mostrado?
a cada segundo, um segundo a menos...
a cada ano, um ano a menos...
quando, espelho, lembraremos de ser feliz?
eu e você somos a mesma pessoa
apenas com lados invertidos
e o que não me reflete, eu não vejo ...
apenas imagino.
uma nova ruga ou mais um cabelo branco?
tem te mostrado um largo sorriso
ou uma barba por fazer?
tem mostrado o quando tem medo da vida?
o espelho, esse nobre e fiel amigo, o que tem te mostrado?
olhos brilhantes por terem se apaixonado
ou um lágrima fria de quem não se permite mais amar?
tem mostrado mais defeitos ou mais qualidades?
tem mostrado só o corpo físico ou também a alma?
sonhos, vontades, desejos, amenidades
o que tem, o espelho, te mostrado?
a cada segundo, um segundo a menos...
a cada ano, um ano a menos...
quando, espelho, lembraremos de ser feliz?
eu e você somos a mesma pessoa
apenas com lados invertidos
e o que não me reflete, eu não vejo ...
apenas imagino.
domingo, 26 de dezembro de 2010
agora já passou a chuva
ja passou o riso, o bloco
nem temos mais caminho...
agora é o presente
que se instaura soberano
amassando o passado
e empurando o futuro
para as léguas desconhecidas
não temos algemas
não temos promessas
nada de dúvida
mas nada de certo
sobra a verdade:
estamos fadados
a nunca encontramos
a outra metade
ja passou o riso, o bloco
nem temos mais caminho...
agora é o presente
que se instaura soberano
amassando o passado
e empurando o futuro
para as léguas desconhecidas
não temos algemas
não temos promessas
nada de dúvida
mas nada de certo
sobra a verdade:
estamos fadados
a nunca encontramos
a outra metade
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
"nada vai mudar entre nós
como eu sei? eu só sei... " (Los)
leve não é apenas a penacomo eu sei? eu só sei... " (Los)
ou a bolha de sabão
nem tão só a semente alada
indo longe com o vento
pra germinar noutro chão
leve também é o momento
em que penso com o coração
sem passado, sem furuto
só presente o verão
e a vontade de estar junto
em mais uma canção
domingo, 5 de dezembro de 2010
alguém me pergunta
sobre meu papel no mundo
meu papel no mundo?
eu repito a pergunta
como tática para guanhar tempo
e elaborar uma resposta
que não seja tão pronta...
mas todas as respostas
que me passam à mente
são absolutamente ridículas
meu papel no mundo?
meu papel no mundo?
eu canso e disfarço
prossigo com interjeições
do tipo.. "ãããã, unnn... "
e retipo a pergunta
meu papel no mundo?
eu não conheço você
nem metade do que acho
que conheço...
eu não meço por suas palavras
o seu Ego tão imperfeito..
eu tenho feito apenas pausas
apenas pausas, apenas pausas
em todas as peguntas
que me tem feito...
seria eu merecedor do mundo
para nele ter um papel definido?
seria eu um ator definitivo?
eu e - já (auto) julgando - meus defeitos?
eu canso e disfarço
eu não falo do que não sei
eu não vomito palavras
sem sentido, ou vomito?
ah, tanto faz, não é mesmo?
que preguiça de pensar nisso
ainda mais numa poesia...
que chato!
sobre meu papel no mundo
meu papel no mundo?
eu repito a pergunta
como tática para guanhar tempo
e elaborar uma resposta
que não seja tão pronta...
mas todas as respostas
que me passam à mente
são absolutamente ridículas
meu papel no mundo?
meu papel no mundo?
eu canso e disfarço
prossigo com interjeições
do tipo.. "ãããã, unnn... "
e retipo a pergunta
meu papel no mundo?
eu não conheço você
nem metade do que acho
que conheço...
eu não meço por suas palavras
o seu Ego tão imperfeito..
eu tenho feito apenas pausas
apenas pausas, apenas pausas
em todas as peguntas
que me tem feito...
seria eu merecedor do mundo
para nele ter um papel definido?
seria eu um ator definitivo?
eu e - já (auto) julgando - meus defeitos?
eu canso e disfarço
eu não falo do que não sei
eu não vomito palavras
sem sentido, ou vomito?
ah, tanto faz, não é mesmo?
que preguiça de pensar nisso
ainda mais numa poesia...
que chato!
domingo, 28 de novembro de 2010
poeira
ela se acumula
e eu a deixo
junto da teia
de aranha
no chão, na tv
nos móveis, no pc
no ipod, no pen drive
atrás e dentro
do armário
na cama e lençóis
edredons e afins
travessiros, cachecóis
grudada no tapete
na parede, no espelho
no escorredor de pratos
nas roupas claras
cuecas e meias lavadas
nos retratos
ela chega de manhã
na janela que abro
está também
na sola do sapato
no ar que respito
e espirro!
atchim!
e eu a deixo
junto da teia
de aranha
no chão, na tv
nos móveis, no pc
no ipod, no pen drive
atrás e dentro
do armário
na cama e lençóis
edredons e afins
travessiros, cachecóis
grudada no tapete
na parede, no espelho
no escorredor de pratos
nas roupas claras
cuecas e meias lavadas
nos retratos
ela chega de manhã
na janela que abro
está também
na sola do sapato
no ar que respito
e espirro!
atchim!
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
restou, da noite, um bocejo profundo
uma pálpebra ainda pesada
sobre os olhos vermelhos
o corpo foi-se (des)cansando aos poucos
como a consagração da insonia
com os gritos e sirenes da rua
dos becos ou dos portos
pontes de amizades...
resta, do sono, uma brecha do dia
quem sabe um café ou um mate
para matar o que fica
persiste, a vida, em continuar
incansavelmente dentro
de cada um de nós
seres humanos fadados
a viverem eternamente
o resto da história
uma pálpebra ainda pesada
sobre os olhos vermelhos
o corpo foi-se (des)cansando aos poucos
como a consagração da insonia
com os gritos e sirenes da rua
dos becos ou dos portos
pontes de amizades...
resta, do sono, uma brecha do dia
quem sabe um café ou um mate
para matar o que fica
persiste, a vida, em continuar
incansavelmente dentro
de cada um de nós
seres humanos fadados
a viverem eternamente
o resto da história
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
(no)turnos
minha frase foi:
estou num dil(e)ma! se(r)rá?
Mas assim, cá pra nós, entre quatro paredes, não estou num dilema não, viu? É que o se(r)rá não me pertence mais. Fato: nunca perteceu.
estou num dil(e)ma! se(r)rá?
Mas assim, cá pra nós, entre quatro paredes, não estou num dilema não, viu? É que o se(r)rá não me pertence mais. Fato: nunca perteceu.
ao longe existe uma fachada de hotel em neon verde
eu a olho alucinado lembrando da minha infância
mas lembrando o que? isso eu não sei
esse sentimento meio besta da lembrança
ah, se eu fosse mais racional
aquilo lá só seria uma fachada de hotel em neon verde
nada mais, nada menos e eu, ainda por cima
acharia de uma breguice incalculável
eu a olho alucinado lembrando da minha infância
mas lembrando o que? isso eu não sei
esse sentimento meio besta da lembrança
ah, se eu fosse mais racional
aquilo lá só seria uma fachada de hotel em neon verde
nada mais, nada menos e eu, ainda por cima
acharia de uma breguice incalculável
domingo, 10 de outubro de 2010
tudo parece estar infalivelmente fadado ao fracasso
tudo, menos a necessidade de ainda sermos
os romanticos nostágicos a la Jovem Werther
com a idade, reconheço, tornamo-nos ainda
mais perniciosos e relutantes em aceitar
que todo barulho do bloco de carnaval
perterne a uma ilusão da alma
que ficou aprisionada na infancia
temo que disso tudo resulte
uma esquizofrenia generalizada da alma
que nos assombre por nossa
suposta eternidade no vale de lágrimas
e você, que chegou até aqui nesse poema
deve estar se perguntando: mas que merda é essa?
fazer o que se não há nada a fazer
depois do almoço de domigo?
ah, mas é claro que há, sempre há:
téres!
vamos todos!
tudo, menos a necessidade de ainda sermos
os romanticos nostágicos a la Jovem Werther
com a idade, reconheço, tornamo-nos ainda
mais perniciosos e relutantes em aceitar
que todo barulho do bloco de carnaval
perterne a uma ilusão da alma
que ficou aprisionada na infancia
temo que disso tudo resulte
uma esquizofrenia generalizada da alma
que nos assombre por nossa
suposta eternidade no vale de lágrimas
e você, que chegou até aqui nesse poema
deve estar se perguntando: mas que merda é essa?
fazer o que se não há nada a fazer
depois do almoço de domigo?
ah, mas é claro que há, sempre há:
téres!
vamos todos!
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
fixe o ponto azul na parede
e pense em um oceano imenso
no qual você irá megulhar
o oceno é a sua mente
e o fundo dele
seu inconsciente
você afunda, afunda e afunda
e parece que nunca mais
irá voltar
coisas confusas
começam a acontecer
e você fica com medo:
mas esse sou eu?
depois de um tempo
você se acustuma
com os traumas
da sua infância
agora está quase
no fundo, afogando
você quer voltar
à superfície
mas é tarde demais
luta contra a coluna
de água imensa
o sol brilha lá em cima
muito distante
você morre afogado
cai no poço escuro
e nada mais, nem niguém
pode te ajudar
silêncio, enfim
não tem mais Ego
nenhuma voz
nenuma imagem
nenhuma cor
é só isso?
fixe o ponto azul
na parede
e pense em um oceano imenso
no qual você irá megulhar
o oceno é a sua mente
e o fundo dele
seu inconsciente
você afunda, afunda e afunda
e parece que nunca mais
irá voltar
coisas confusas
começam a acontecer
e você fica com medo:
mas esse sou eu?
depois de um tempo
você se acustuma
com os traumas
da sua infância
agora está quase
no fundo, afogando
você quer voltar
à superfície
mas é tarde demais
luta contra a coluna
de água imensa
o sol brilha lá em cima
muito distante
você morre afogado
cai no poço escuro
e nada mais, nem niguém
pode te ajudar
silêncio, enfim
não tem mais Ego
nenhuma voz
nenuma imagem
nenhuma cor
é só isso?
fixe o ponto azul
na parede
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
domingo, 15 de agosto de 2010
se fosse ontem eu ainda teria
alguma coisa de útil pra falar
mas como já é hoje eu fico mudo
porque as palvras não me vem
observo, imune, o noticiário na televisão
o placar do jogo de futebol o qual não vi
dos times os quais nunca torci
o sofrimento dos outros, os assassiantos
um ato oficial do presendente
um suposto objeto voador não identificado
observo, é fato, sem emetir comentários
a vida, aos poucos, se torna também pouca
e rala, meio vazia de sentido
se não se está amando ou lendo poesia
e daí que dá um aperto no peito
uma vontade de chorar, de gritar
de sermos alguém que não somos
de fazermos alguma coisa que nunca fizemos
de sararmos essa ânsia pelo que não temos
alguma coisa de útil pra falar
mas como já é hoje eu fico mudo
porque as palvras não me vem
observo, imune, o noticiário na televisão
o placar do jogo de futebol o qual não vi
dos times os quais nunca torci
o sofrimento dos outros, os assassiantos
um ato oficial do presendente
um suposto objeto voador não identificado
observo, é fato, sem emetir comentários
a vida, aos poucos, se torna também pouca
e rala, meio vazia de sentido
se não se está amando ou lendo poesia
e daí que dá um aperto no peito
uma vontade de chorar, de gritar
de sermos alguém que não somos
de fazermos alguma coisa que nunca fizemos
de sararmos essa ânsia pelo que não temos
domingo, 8 de agosto de 2010
agora, já é de noite
na tv o último programa
que assistimos no domingo
antes de irmos para a cama
antes de dizermos boa noite
para alguém que possa
estar ao nosso lado...
agora é tarde, quase madrugada
o silêncio impera em toda a cidade
e dá para ouvir o barulho da alma
que assombra nossos sonhos
a maldita voz estranha
que grita dentro da gente:
seja feliz! seja feliz!
e não somos...
agora, já é de dia
muito cedo já levantamos
lavamos o rosto na água fria
e vemos - temos mais um ruga
ou mais um cabelo branco
depois, descobrimos uma doença
ou até mesmo um cancer
descrobrimos, talvez, a cura
ou nos entregamos...
depois, vem lentamente
um noite eterna
a qual chamamos de morte
e antes dela, um suspiro
talvez de alívio ou de pena
talvez de arrependimento
depois dela, bem
depois dela...
na tv o último programa
que assistimos no domingo
antes de irmos para a cama
antes de dizermos boa noite
para alguém que possa
estar ao nosso lado...
agora é tarde, quase madrugada
o silêncio impera em toda a cidade
e dá para ouvir o barulho da alma
que assombra nossos sonhos
a maldita voz estranha
que grita dentro da gente:
seja feliz! seja feliz!
e não somos...
agora, já é de dia
muito cedo já levantamos
lavamos o rosto na água fria
e vemos - temos mais um ruga
ou mais um cabelo branco
depois, descobrimos uma doença
ou até mesmo um cancer
descrobrimos, talvez, a cura
ou nos entregamos...
depois, vem lentamente
um noite eterna
a qual chamamos de morte
e antes dela, um suspiro
talvez de alívio ou de pena
talvez de arrependimento
depois dela, bem
depois dela...
acusam-me de ser romantico
mas que disparate!
sou realista, inconformado
e se escrevo, por ventura
alguma palavra que produza
alguma lágrima, peço descupas
acusam-me de ser realista
mas que absurdo!
sou romantico, já disse
sonho o tempo todo
com algum final feliz
que seque, por fim
minhas lágrimas
e abrande minha solidão
acusam-me de ser contraditório
e contra isso, sinto muito
não tenho nada a dizer
mas que disparate!
sou realista, inconformado
e se escrevo, por ventura
alguma palavra que produza
alguma lágrima, peço descupas
acusam-me de ser realista
mas que absurdo!
sou romantico, já disse
sonho o tempo todo
com algum final feliz
que seque, por fim
minhas lágrimas
e abrande minha solidão
acusam-me de ser contraditório
e contra isso, sinto muito
não tenho nada a dizer
sábado, 31 de julho de 2010
4 pontes
na cidade haviam quatro pontes
uma, era feita de madeira
a outra, era feita de ferro
outra ainda, feita de concreto
e a última, de ilusão
a ponte de madeira
foi corroída por cupins
a de ferro, oxidada pelo tempo
a de concreto, um dia se rachou
só a de ilusão é que ainda permanece
uma, era feita de madeira
a outra, era feita de ferro
outra ainda, feita de concreto
e a última, de ilusão
a ponte de madeira
foi corroída por cupins
a de ferro, oxidada pelo tempo
a de concreto, um dia se rachou
só a de ilusão é que ainda permanece
domingo, 25 de julho de 2010
segunda-feira, 5 de julho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
os telhados da cidade estão degradados
e abrigam lares onde mora a felicidade
de se fazer um bolo de aniversário
ou apenas gastar o tempo lendo um poema
ou vendo de perto um formiga na pia
o correto é amar, sabemos disso
amar incondicionalmente a vida
como se hoje fosse a eternidade
mas há algo que sempre surpreende
nossas entranhas tão falhas
algum canivete cortando a alma
e isso vale tanto para mim, como para você
estar seguro sob esses telhados
não tem o mesmo efeito
de estar seguro ao céu aberto
mas de mãos dadas
e abrigam lares onde mora a felicidade
de se fazer um bolo de aniversário
ou apenas gastar o tempo lendo um poema
ou vendo de perto um formiga na pia
o correto é amar, sabemos disso
amar incondicionalmente a vida
como se hoje fosse a eternidade
mas há algo que sempre surpreende
nossas entranhas tão falhas
algum canivete cortando a alma
e isso vale tanto para mim, como para você
estar seguro sob esses telhados
não tem o mesmo efeito
de estar seguro ao céu aberto
mas de mãos dadas
segunda-feira, 17 de maio de 2010
lava teu manto aqui, enquanto te amo
e amantes somos até o amanhecer
somos eu e você e a madrugada
ávidos por alguma coisa nova
que nem é mais sexo, nem ópio
nem é mais alguma revolução
nós já fomos revolucinados
e sabemos o que há por de trás do palco
deixa eu proferir em teu sonho
algo de concreto e que pese
pese mais que as penas dos pecados
mais que cruz dos cristos
quase chegando a ser a realidade
a densa realidade que nos comove
mas não vamos gritar, isso não...
sussurremos o veneno, assim devegar
lentamente, aos poucos, em conta gotas...
uma, duas, três...
ah, e você me espera embrulhado
no lençol que é seu manto
no canto da cama, no chão
e você me espera surrado
suado, em transe, em compaixão
e você me espera ainda morto
ainda no mesmo tom de voz
do mesmo modo e de novo
e sempre e para agora
não há pranto que nos comova
não há mais nada santo
nada que possa ser profano
já estamos religados
daqui para frente
não nos pertencemos mais
e amantes somos até o amanhecer
somos eu e você e a madrugada
ávidos por alguma coisa nova
que nem é mais sexo, nem ópio
nem é mais alguma revolução
nós já fomos revolucinados
e sabemos o que há por de trás do palco
deixa eu proferir em teu sonho
algo de concreto e que pese
pese mais que as penas dos pecados
mais que cruz dos cristos
quase chegando a ser a realidade
a densa realidade que nos comove
mas não vamos gritar, isso não...
sussurremos o veneno, assim devegar
lentamente, aos poucos, em conta gotas...
uma, duas, três...
ah, e você me espera embrulhado
no lençol que é seu manto
no canto da cama, no chão
e você me espera surrado
suado, em transe, em compaixão
e você me espera ainda morto
ainda no mesmo tom de voz
do mesmo modo e de novo
e sempre e para agora
não há pranto que nos comova
não há mais nada santo
nada que possa ser profano
já estamos religados
daqui para frente
não nos pertencemos mais
terça-feira, 11 de maio de 2010
tá certo, moço
não precisa de troco não
eu vivo mesmo é de obrigados
vivo de de nadas também
de pernas bambas eu danço
uma música bem do sertão
eu não preciso de casa
nem de camisa e de calça
eu gosto de deitar na calçada
olhar pra lua, olhar pra árvore
olhar pro lado de lá da praça
depois da maré baixa
depois do dia ruim
sou meio feito de nuvem
que se despedaça
e se entrega à fumaça
se deixa voar por aí
que nem pássaro
não precisa de troco
o teu sorriso agora basta
o teu comprimisso humano
raça que não se desgraça
apesar de sofrer
isso sempre passa
vá lá que ainda
tá demorando pacas
um dia eu volto
lá pras Pasárgadas
onde sou amigo de deus
e ele é amigo do meu amor
que é amigo do Álvaro de Campos
e todos nós vamos escrever poemas
que podem muito mais parecer prosas
que um dia alguém vai ler e achar que somos um pouco doidos
por escrevermos coisas tão estranhas em forma de texto e sem parágrafos
que vai por tudo em estrofe, com rimas e métricas, com candência e paciência
mas ficar ficar tão feio, mas tão feio, que deus vai cair fora, meu amor também vai embora
e só vai sobrar mesmo o outro lá e eu aqui, a escrever sempre em linhas tortas o que vida escreve sem palavras e sem linhas e sempre sem pontos finais ....
não precisa de troco não
eu vivo mesmo é de obrigados
vivo de de nadas também
de pernas bambas eu danço
uma música bem do sertão
eu não preciso de casa
nem de camisa e de calça
eu gosto de deitar na calçada
olhar pra lua, olhar pra árvore
olhar pro lado de lá da praça
depois da maré baixa
depois do dia ruim
sou meio feito de nuvem
que se despedaça
e se entrega à fumaça
se deixa voar por aí
que nem pássaro
não precisa de troco
o teu sorriso agora basta
o teu comprimisso humano
raça que não se desgraça
apesar de sofrer
isso sempre passa
vá lá que ainda
tá demorando pacas
um dia eu volto
lá pras Pasárgadas
onde sou amigo de deus
e ele é amigo do meu amor
que é amigo do Álvaro de Campos
e todos nós vamos escrever poemas
que podem muito mais parecer prosas
que um dia alguém vai ler e achar que somos um pouco doidos
por escrevermos coisas tão estranhas em forma de texto e sem parágrafos
que vai por tudo em estrofe, com rimas e métricas, com candência e paciência
mas ficar ficar tão feio, mas tão feio, que deus vai cair fora, meu amor também vai embora
e só vai sobrar mesmo o outro lá e eu aqui, a escrever sempre em linhas tortas o que vida escreve sem palavras e sem linhas e sempre sem pontos finais ....
segunda-feira, 26 de abril de 2010
logo vou sentir que já fui
para algum lugar do meio
que não é lá, nem aqui
fluindo aos poucos
mudando os tons
da palheta de cor
mas nas minhas pautas
a das músicas, e a das notícias
cabem perfeitamente suas
notas e suas profecias
cabem demasiado sorriso
cabe, assim, feito agora
no teu estilo certinho
ah, eu me liquefaço, rarefeito
aos pensamentos vaporizados
quero grudar-te, mas não posso
não ainda, para sempre, talvez
serei imerso em pedaços
inteiro em fragmentos
aí me refaço, aí eu existo
não antes, não lá, nem aqui
no meio disso tudo
é que eu te laço
abraço
para algum lugar do meio
que não é lá, nem aqui
fluindo aos poucos
mudando os tons
da palheta de cor
mas nas minhas pautas
a das músicas, e a das notícias
cabem perfeitamente suas
notas e suas profecias
cabem demasiado sorriso
cabe, assim, feito agora
no teu estilo certinho
ah, eu me liquefaço, rarefeito
aos pensamentos vaporizados
quero grudar-te, mas não posso
não ainda, para sempre, talvez
serei imerso em pedaços
inteiro em fragmentos
aí me refaço, aí eu existo
não antes, não lá, nem aqui
no meio disso tudo
é que eu te laço
abraço
domingo, 7 de março de 2010
é preciso suturar o que não foi dito
para as palavras não vazem
em arrependimento...
as horas são tão poucas
e em segundos
não vamos mais existir
é preciso curar o passado
restaurar o animo
acordar em inocência
preencher as faltas
com alguma esperança
mesmo que tola
mesmo que temporaria
é preciso amar o indefinido
e suportar o que não temos
para as palavras não vazem
em arrependimento...
as horas são tão poucas
e em segundos
não vamos mais existir
é preciso curar o passado
restaurar o animo
acordar em inocência
preencher as faltas
com alguma esperança
mesmo que tola
mesmo que temporaria
é preciso amar o indefinido
e suportar o que não temos
segunda-feira, 1 de março de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
domingo, 31 de janeiro de 2010
da série "poemas para musicar em caso de filmes do Almodóvar"
de que me vale sua presença
tão fraca e impotente
se nada pode me dar
só mesmo para rasgar
dilacelar, triturar, moer, ralar
meu coração
são os seus olhos castanhos
seu sorriso, sua voz
seu corpo e sua alma
meu fardo, meu castigo
e minha salvação
é aquilo que não tenho
aquilo o que desejo
seu beijo até o fim
de que me vale
saber que você existe
se sem você eu sou triste
e nada vai me fazer feliz
de que me vale sua presença
tão fraca e impotente
se nada pode me dar
só mesmo para rasgar
dilacelar, triturar, moer, ralar
meu coração
são os seus olhos castanhos
seu sorriso, sua voz
seu corpo e sua alma
meu fardo, meu castigo
e minha salvação
é aquilo que não tenho
aquilo o que desejo
seu beijo até o fim
de que me vale
saber que você existe
se sem você eu sou triste
e nada vai me fazer feliz
da série "poemas para musicar em caso de filmes do Almodóvar"
tasca-me um beijo na boca
tão louca, tão louca
de lábios ardentes sem roupa
sem roupa, sem roupa
e me sufoque por dentro
bem lento, bem lento
até que eu morra de amor
sem dor, sem dor
e quanto amanhacer
que viva novamente
para teu beijo sentir
e assim eternamente
ser seu, sem fim
tasca-me um beijo na boca
tão louca, tão louca
de lábios ardentes sem roupa
sem roupa, sem roupa
e me sufoque por dentro
bem lento, bem lento
até que eu morra de amor
sem dor, sem dor
e quanto amanhacer
que viva novamente
para teu beijo sentir
e assim eternamente
ser seu, sem fim
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
nublado
lá fora, depois da janela
delata-se um cinza no céu
um presságio da chuva
cinza, que pede uma aquarela
e um pincel, um carretel de linha com
uma pipa colorida na ponta
céu monocromático
que se contrasta com o verde
de árvores atormentadas
pelo vento noroeste
o mesmo céu teu
que te leva para além
de mim
lá fora, depois da janela
delata-se um cinza no céu
um presságio da chuva
cinza, que pede uma aquarela
e um pincel, um carretel de linha com
uma pipa colorida na ponta
céu monocromático
que se contrasta com o verde
de árvores atormentadas
pelo vento noroeste
o mesmo céu teu
que te leva para além
de mim
Rodrigo Launikas Cupelli 06/01/2009 13:50
Assunto: poema de verão
Do céu, mar além de ti
As horas passam
E o sol entoa
Um árduo verão
A mulher, vestido curto
Na beira da pista
É retina queimada
No verão do hemisfério
Sul ...
Há que se penetrar
Nos sonhos indefinidos
Morrer de tédio
De sede, desejo
Sem fim
Aglutinando os passos
Em busca das memórias
No verão latino
Lata de Coca
Boca do Lixo
Veneno da rotina
Urdidura da máscara:
- Meu verbo arde
Na garganta seca
Assunto: poema de verão
Do céu, mar além de ti
As horas passam
E o sol entoa
Um árduo verão
A mulher, vestido curto
Na beira da pista
É retina queimada
No verão do hemisfério
Sul ...
Há que se penetrar
Nos sonhos indefinidos
Morrer de tédio
De sede, desejo
Sem fim
Aglutinando os passos
Em busca das memórias
No verão latino
Lata de Coca
Boca do Lixo
Veneno da rotina
Urdidura da máscara:
- Meu verbo arde
Na garganta seca
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
eu me alimento do que não tem peso
daquilo que me faz ficar tonto
no entardecer de verão
o céu, na conjuntura das árvores
as casas de portas abertas
brincadeiras na calçada
chuvisco de fim de dia
tempestade de madrugada
chá gelado de erva mate
caminhar sem rumo
no deserto da cidade
cheiro de terra molhada
fumaça no asfalto quente
distante, sempre presente
alguma lembrança da infância
perto, sempre distante
o amor perfeito
daquilo que me faz ficar tonto
no entardecer de verão
o céu, na conjuntura das árvores
as casas de portas abertas
brincadeiras na calçada
chuvisco de fim de dia
tempestade de madrugada
chá gelado de erva mate
caminhar sem rumo
no deserto da cidade
cheiro de terra molhada
fumaça no asfalto quente
distante, sempre presente
alguma lembrança da infância
perto, sempre distante
o amor perfeito
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
fito o oposto, a música rodada ao contrário
gesticulo sílabas invertidas
que provocam rupturas nos contextos:
a métrica está corrompida
porém, fito mais além e tudo se encaixa
o rítimo, os compassos quaternários
as frases lapidadas e contínuas
que dão sentido as coisas da vida:
brevemente me recomponho
como sujeito civilizado
mas sujeito estou a toda oscilação
de humor, de criação, de existência
como se o cosmos se desse em caos
fito o infinito dentro de mim
com os olhos abandonados
relegados a algum canto
e não sei se sou eu
se é o Outro, se é o tempo
parece que é passagem
um caminho neutro
no qual penso nas impossibilidades
nos nós, nos cortonos, nos vultos
porém sem esperança
de encontrar conclusão alguma
gesticulo sílabas invertidas
que provocam rupturas nos contextos:
a métrica está corrompida
porém, fito mais além e tudo se encaixa
o rítimo, os compassos quaternários
as frases lapidadas e contínuas
que dão sentido as coisas da vida:
brevemente me recomponho
como sujeito civilizado
mas sujeito estou a toda oscilação
de humor, de criação, de existência
como se o cosmos se desse em caos
fito o infinito dentro de mim
com os olhos abandonados
relegados a algum canto
e não sei se sou eu
se é o Outro, se é o tempo
parece que é passagem
um caminho neutro
no qual penso nas impossibilidades
nos nós, nos cortonos, nos vultos
porém sem esperança
de encontrar conclusão alguma
domingo, 3 de janeiro de 2010
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